terça-feira, 2 de março de 2010

Dia Internacional de Irshad Manji

No mês de março, o canal GNT exibe programação que discute o papel da mulher na sociedade atual.
Assisti ontem um documentário sobre a trajetória de Irshad Manji, uma mulher que é descrita como o "pior pesadelo de Osama Bin Laden", o que é uma característica muito peculiar de se atribuir a uma mulher.
Irshad é muçulmana e se pergunta constantemente o que pode ser mudado no mundo e na religião islâmica.
Um de seus pontos de argumentação é o papel da mulher no Islã, embora não seja o foco principal de seus estudos.
Mesmo assim, o fato de Irshad, uma mulher muçulmana, homossexual e ocidental questionar os princípios do Islã e os próprios muçulmanos é um acinte aos líderes religiosos de sua comunidade.
Imagine Osama Bin Laden, o xeque que balançou de todas as maneiras as estrutras do mundo ocidental ao propagar os princípios do Corão da maneira que ele e seus companheiros o veem, realizando atos terroristas com este fim, ser questionado por uma reles e singela...mulher?
A mulher, na sociedade muçulmana, é submissa ás vontades do seu marido e aos preceitos do Corão. O seu marido é um homem que segue o Corão e por isso submete a sua mulher. Não se orientar pelo Livro Sagrado é uma ofensa à religião, ao cerne desta sociedade.
Mas diante dos valores adquiridos até este momento, seria correto que uma mulher fosse tratada de maneira depreciativa, porque assim era tratada no século VII, na época em que foi escrito o Livro que rege a sua sociedade?
Rever o papel da mulher muçulmana diante do mundo caótico em que estamos inseridos, diante da comunidade em que as mulheres muçulmanas estão inseridas, é um ato de muita coragem de Irshad.
Um ato que todas nós deveríamos ter, sejá lá qual for o tratamento depreciativo que nós, ocidentais, orientais, cristãs, hindus, muçulmanas, ateístas, espiritualistas, budistas ou agnósticas estejamos sofrendo.
Este ato pode ser o mínimo possível: desde a visualização da mulher apenas como objeto sexual até a coibição do exercício de sua liberdade sexual, dentre tantas outras liberdades que podem ser retiradas em decorrência de princípios religiosos ou consuetudinários instituídos em eras de guerras tribais, e que não mais condizem com o mundo em que vivemos.
Basta coragem para admitir qual a violência que a mulher sofre, porque ela a sofre e o que podemos fazer para parar isso. Basta coragem.


Saiba mais sobre Irshad Manji: Blog e site oficial
Leia seu twitter feed: @irshadmanji

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