terça-feira, 24 de agosto de 2010

Justiça recebe denúncia contra PMs que omitiram socorro a Rafael Mascarenhas

 
Notícia publicada em 23/08/2010 20:14

A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar do Rio, recebeu nesta segunda-feira, dia 23, a denúncia do Ministério Público contra os policiais militares que liberaram o carro do jovem que atropelou e matou Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, no dia 20 de julho. O sargento Marcelo José Leal Martins e o cabo Marcelo de Souza Bigon vão responder a processo por corrupção passiva, falsidade ideológica e descumprimento da missão.

Em sua decisão, a juíza determinou ainda a manutenção da prisão preventiva dos PMs. Segundo ela, "a custódia cautelar é importante para a conveniência da instrução criminal e a garantia da ordem pública, além dos fatos imputados aos acusados serem de extrema gravidade, sendo crimes que revelam uma inversão total dos valores ensinados na formação de um policial militar". O interrogatório dos PMs foi marcado para quinta-feira, às 11h, na Auditoria Militar.

De acordo com a denúncia, na madrugada de 20 de julho, os PMs aceitaram, de Roberto Martins Bussamra, promessa de recebimento de R$ 10 mil para não atuar na preservação do local do atropelamento, prestar auxílio à vítima Rafael Mascarenhas e conduzir o atropelador Rafael Bussamra, filho de Roberto, à delegacia.

Horas depois, os policiais deixaram de cumprir missão, saindo do posto de patrulhamento para escoltar o carro do atropelador. Pela manhã, ainda de acordo com a denúncia, os dois receberam de Roberto Bussamra R$1 mil como parte de pagamento do que havia sido combinado para que não fossem tomadas as providências cabíveis.

 Por fim, os PMs apresentaram o Termo de Registro de Ocorrência com informação falsa, descrevendo a liberação do veículo de Rafael Bussamra sem a constatação de irregularidades.

Processo 0238216-92.2010.8.19.0001

Fonte: www.tj.rj.gov.br | TJRJ

A atuação destes policiais é exatamente o que queremos extirpado da força policial carioca: a corrupção, a ausência de valores ou inversão dos mesmos e o abandono ou desconhecimento de seu dever.

Para que isto não ocorrra mais esperamos das autoridades uma iniciativa para uma reforma moral na polícia, acompanhada de políticas de valorização, incentivo e reconhecimento da Polícia Militar, políticas estas que possam viabilizar a identificação da Polícia como uma instituição de fiscalização e de defesa do Estado Demcrático de Direito, e não de usurpação de nossos direitos e nossa paz.

Isto não pode ser apenas uma esperança em nossa sociedade mas um desejo firme e um objetivo alcançável, que podemos atingir observando o nosso dever como cidadãos e atentando aos nossos votos nas urnas.

 

 

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